Um dos maiores telescópios ópticos do mundo atinge marco decisivo para obter financiamento federal dos EUA para sua construção.
PASADENA, Califórnia — O Telescópio Gigante Magalhães (GMT) recebeu aprovação oficial da Fundação Nacional de Ciências (NSF), dos Estados Unidos, confirmando que o observatório avançará para a Fase Final de Design, um dos últimos passos antes de se tornar elegível para financiamento federal, fundamental para a finalização da construção do telescópio.
“A decisão da NSF de nos autorizar a avançar para sua Fase Final de Design reafirma a força do nosso observatório e as décadas de preparação de nossa equipe dedicada”, afirma o Dr. Robert Shelton, presidente do GMT. “Com uma construção significativa já em andamento nos Estados Unidos e em nosso local, no Chile, este marco posiciona os EUA para liderar a próxima era de descobertas. Agradecemos muito o voto de confiança da NSF e seu compromisso contínuo com a manutenção da liderança americana em Ciência, Engenharia e Manufatura de precisão.”
Apoiado por quase US$ 1 bilhão em financiamento privado — o maior investimento privado já realizado em Astronomia terrestre — o GMT está sendo construído por um consórcio internacional de 15 universidades e instituições de pesquisa, incluindo a Universidade do Arizona, o Carnegie Institution for Science, a Universidade do Texas em Austin, o Instituto de Astronomia e Ciências Espaciais da Coreia, a Universidade de Chicago, e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) — representante brasileira com um investimento de US$ 50 milhões.
Atualmente, 40% da construção do Telescópio Gigante Magalhães está concluída, possuindo componentes principais fabricados e testados em instalações em 36 estados dos EUA — incluindo óptica avançada e espelhos, instrumentos científicos e a estrutura de suporte do telescópio. No local do observatório, em Las Campanas, o progresso da infraestrutura já inclui instalações, estradas, estruturas de apoio e a fundação totalmente escavada para o edifício giratório de 22 andares.
A decisão da NSF acompanha a publicação de sua proposta orçamentária para o ano fiscal de 2026, enviada ao Congresso dos EUA, e o recente relatório do Painel de Avaliação Externa dos Telescópios Extremamente Grandes dos EUA (US-ELTP). O relatório expressou “confiança de que o GMT avançará pela Fase Final de Design até a Revisão Final de Projeto e a construção, caso seja aprovado.”
Nos últimos cinco anos, o observatório passou por todas as revisões federais exigidas e está preparado para financiar de forma privada a Fase Final de Design. Isso reflete o progresso avançado do projeto e a expertise do consórcio internacional, com muitos elementos de design já superando os critérios exigidos pela NSF para a Revisão Final de Design.
Localizado estrategicamente no Deserto do Atacama, no Chile, o telescópio ocupa um dos locais de observação mais cientificamente valiosos da Terra. O Chile oferece mais de 300 noites limpas por ano, estabilidade atmosférica excepcional e acesso direto ao céu do Hemisfério Sul e ao Centro Galáctico da Via Láctea — o ponto central de rotação da galáxia.
Descubra o GMT
O telescópio GMT representa o futuro da exploração espacial a partir da Terra. Utilizando sete dos maiores espelhos monolíticos do mundo, o telescópio terrestre de 25,4 metros de diâmetro produzirá as imagens mais detalhadas já capturadas do Universo. Ele desvendará os mistérios cósmicos da matéria escura e energia escura, investigará as origens dos elementos químicos e buscará sinais de vida em planetas distantes. O projeto é liderado pela GMTO Corporation, uma organização sem fins lucrativos 501(c)(3), e por um consórcio internacional de 15 universidades e instituições de pesquisa. O telescópio está sendo construído nos Estados Unidos e será remontado no Chile. Com financiamento federal de construção, o telescópio será concluído na década de 2030 — a primeira luz é aguardada para 2032.
Saiba mais: giantmagellan.org
A FAPESP no projeto GMT
Desde 2014, a Agência de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) é membro-fundadora do consórcio GMTO, a partir de um investimento de 50 milhões de dólares, o que equivale a 4% do tempo de operação anual do telescópio para cientistas do estado de São Paulo.
A equipe brasileira possui mais de 70 profissionais de diversas áreas, incluindo professores, consultores, técnicos e bolsistas, que formam o escritório GMT Brazil Office (GMTBrO), atualmente liderado pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP). Participam também desta equipe professores e colaboradores do Instituto de Física e Escola Politécnica da USP, do Instituto Mauá de Tecnologia, do Instituto de Física da Universidade de Campinas (UNICAMP), da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), entre outros.
Em um contexto nacional, a coordenação do projeto celebrou o pronunciamento da NSF. “É um marco importantíssimo, pois pavimenta um caminho viável para a construção do telescópio. Para a comunidade brasileira significa que teremos assegurada a continuação da nossa participação ativa na governança do observatório, na construção dos instrumentos e, no futuro, dará aos nossos jovens astrônomos a possibilidade de realizarem pesquisa de vanguarda com um dos megatelescópios da próxima década,” ressalta a Profª. Drª. Claudia Mendes de Oliveira, cocoordenadora do projeto GMT-FAPESP.
“Considerando o cenário de incertezas que cerca a Ciência nos Estados Unidos, é uma notícia fantástica receber esta sinalização da NSF,” diz o Prof. Dr. Laerte Sodré Jr., cocoordenador do projeto brasileiro. “Certamente, isso ajudará a manter ativa nossa equipe envolvida na realização de um dos maiores projetos da astronomia da atualidade.”
Prof. Dr. Eduardo Cypriano, coordenador de difusão científica do projeto no Brasil, também destaca como o anúncio é encorajador. "Há décadas, o GMTO vem avançando na construção do telescópio, superando diversos obstáculos e demonstrando sua competência no processo. Na conjuntura complexa em que nos encontramos, isso é altamente encorajador e faz justiça aos esforços do consórcio”.
Em nota conjunta, a gerência do projeto GMT-FAPESP, composta por MSc. Daiana Ribeiro Bortoletto e Dr. José Octavio Paschoal, repercute a notícia: “isso certifica a qualidade dos projetos executados ao longo dos últimos anos pelo consórcio GMTO e pelos representantes das entidades associadas, incluindo a FAPESP e parceiras nacionais do GMTBrO. O anúncio também reforça a importância estratégica do telescópio no contexto da Astronomia internacional. Estamos orgulhosos do protagonismo da equipe brasileira no desenvolvimento dos instrumentos do telescópio GMT”.
Além do desenvolvimento de equipamentos, o escritório brasileiro possui iniciativas de divulgação científica para mostrar o telescópio e o trabalho dos profissionais brasileiros ao público. Ao longo de duas temporadas, a série ‘Fascínio do Universo’ abordou objetos astronômicos que o telescópio será capaz de estudar. Desde 2023, a série de instrumentação ‘Mirando as Estrelas’ traz uma proposta inédita ao discutir os equipamentos para telescópios projetados e fabricados por brasileiros para projetos internacionais. Em seu episódio mais recente, foram apresentados instrumentos do próprio telescópio GMT. Clique aqui para assistir: https://youtu.be/ZCTSrQv4l1g
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