
PASADENA, CALIFÓRNIA — Hoje, o consórcio responsável pela construção do Telescópio Gigante Magalhães (GMT) anunciou que concedeu à IDOM, uma renomada multinacional de engenharia e arquitetura com sede na Espanha, um contrato para concluir o projeto do design da cúpula do telescópio, até 2024. Isso é resultado de um extenso processo de avaliação e seleção de designers baseado em um conjunto detalhado de critérios que envolve experiência da equipe, suas propostas para abordar desafios específicos, incorporação de gestão de segurança no processo de design, e mais.
Projetar a parte superior do edifício de 4.800 toneladas será um grande desafio de engenharia, pois precisará proteger os espelhos do telescópio contra os terremotos e clima extremos, moderar a velocidade do vento e a temperatura, além de revelar sete dos maiores espelhos monolíticos do mundo para observações científicas do céu noturno. O projeto também utilizará as mais recentes tecnologias e práticas de construção para que seja o mais sustentável possível. Quando estiver em operação ao final da década de 2020, o GMT produzirá as imagens mais nítidas e detalhadas já tiradas do Universo — sendo dez vezes superior ao Telescópio Espacial Hubble e quatro vezes melhor que o Telescópio Espacial James Webb.
“Após uma extensa avaliação, a IDOM provou ter conhecimento, experiência e nível de especialização necessários para resolver os desafios de design associados às condições ambientais do local do GMT, especialmente as condições sísmicas e climáticas”, diz o Dr. Bruce Bigelow, gerente de Sítio, Cúpula e Instalações do Telescópio Gigante Magalhães. “Adicionar o tamanho, a funcionalidade e as condições ambientais ao desafio de design e fabricação eficiente, especialmente construção modular e fora do sítio, são aspectos fundamentais para tornar a construção da cúpula segura, confiável e acessível. Estamos muito satisfeitos em trabalhar com a IDOM para dar vida a esse desenho.”
Com sede em Bilbao, Espanha, a IDOM possui 45 escritórios ao redor do mundo, fornecendo soluções globais para diversas áreas de construção. Para liderar o projeto da cúpula, foi selecionado o Grupo de Design e Análise Avançada da empresa. Os seus engenheiros são responsáveis por desenvolver estruturas especiais e móveis, sistemas de teste, instrumentos e instalações para astrônomos, físicos nucleares e de partículas, além de outros campos avançados de pesquisa.
“A IDOM tem orgulho de estar trabalhando neste projeto de classe mundial. Nossa equipe de engenheiros multidisciplinares está preparada para resolver os desafios técnicos e práticos desta máquina complicada”, diz Tom Lorentz, presidente de operações da IDOM nos Estados Unidos. “A equipe da IDOM é resultado de uma combinação de design de ponta e experiência em gestão de construção de estruturas móveis grandes e complexas, com conhecimento em primeira mão das práticas de construção civis e em sítio, que são específicas dos empreiteiros chilenos.”
A IDOM fez contribuições notáveis para o projeto e a construção de instalações astronômicas, incluindo o desenvolvimento de componentes para o Gran Telescopio Canarias, a cúpula e os sistemas térmicos para o Solar Daniel K. Inouye Solar Telescope, consultoria para o Thirty Meters Telescope, o projeto para o Maunakea Spectroscopic Explorer, e o projeto conceitual para o European Extremely Large Telescope.
Projetado para resiliência
A cúpula de 65 metros de altura, equivalente a um prédio de 22 andares, do Telescópio Gigante Magalhães deve superar dois desafios fundamentais para a proteção dos seus espelhos gigantes: terremotos e clima extremos. O GMT está sendo construído no Observatório Las Campanas, no deserto do Atacama, um dos desertos mais secos e uma das regiões mais sismicamente ativas do mundo. Possuindo uma média de seis terremotos por mês, o local deixará o telescópio e a cúpula expostos a eventos sísmicos regulares.
Foto: GMTO Corporation
O design fornece ao píer do telescópio um sistema de isolamento sísmico que pode sobreviver aos terremotos mais fortes esperados ao longo dos seus 50 anos de funcionamento, e permitirá que o GMT retorne rapidamente às operações após os eventos sísmicos mais frequentes, mas menos intensos, que são experimentados várias vezes por mês.
Ainda, o clima extremo do deserto também requer um sistema robusto de controle climático para evitar ventos fortes e mudanças de temperatura que impactem os espelhos gigantes do e suas tecnologias ópticas avançadas. Esses sistemas automatizados são capazes de protegê-lo de oscilações diárias de temperatura, para fornecer um ambiente de observação ideal durante a noite toda.
Eficiência e sustentabilidade
Mesmo antes da pandemia global criar desafios sem precedentes na cadeia de suprimentos e escassez de materiais, fabricação eficiente e logística são prioridades no processo de construção da cúpula. De tal forma, o projeto utilizará uma variedade de abordagens de construtibilidade, utilizando materiais e força de trabalho locais, isso ajudará a controlar custos e minimizar as pegadas de carbono geradas pela construção e operação.
A IDOM projetará o desenho da cúpula do telescópio GMT para ser o mais sustentável possível, usando as tecnologias e práticas de design ambiental mais recentes. Atualmente, o canteiro de obras conta com o Sistema Elétrico Nacional do Chile, que é predominantemente abastecido por energia renovável. A Corporação GMTO planeja construir a sua própria linha de energia para se conectar à rede chilena, aproveitando as fontes de energia renováveis existentes. As instalações completas do observatório empregarão tecnologias eficientes em energia e água, incluindo um sistema de tratamento e recuperação de água cinza.
Para saber mais sobre a IDOM, acesse idom.com/en.
Participação brasileira
Entre os treze membros da Corporação GMTO, uma organização internacional sem fins lucrativos com sede em Pasadena - EUA que iniciou o projeto, está a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Com um investimento de 40 milhões de dólares, cientistas do estado terão direito a aproximadamente 4% do tempo anual de observação do telescópio.
O escritório brasileiro do projeto (GMTBrO) é liderado pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP). Além do investimento financeiro, membros do projeto também fazem parte do design e desenvolvimento de múltiplos instrumentos astronômicos do telescópio. Ainda, estão sendo planejadas iniciativas educacionais e de divulgação para levar conhecimento científico à sociedade.
Para saber mais sobre a Corporação GMTO e seus membros-fundadores, clique aqui. Siga as redes sociais brasileiras do escritório para acompanhar as novidades sobre a construção:
Youtube: https://www.youtube.com/c/TelescópioGiganteMagalhãesGMTBrasil
Facebook: https://www.facebook.com/gmtbrasil
Instagram: https://www.instagram.com/gmtbrasil/?hl=pt-br
Twitter: https://twitter.com/GMT_Brasil
Site oficial do GMT: https://www.gmt.iag.usp.br/
Contatos:
Ryan Kallabis, Diretor de Comunicações
Telescópio Gigante Magalhães – Corporação GMTO
+1 (626) 204-0554
Amaia Oyón Blanco
IDOM – Escritório de Comunicações
+34 (943) 40 06 02
Giant Magellan Telescope Brazilian Office - GMTBrO
Assessoria GMT Brasil
Mídia Kit
Arquivos multimídia estão disponíveis aqui.