A construção do Telescópio Gigante Magalhães e de outras instalações de apoio começaram em meados de 2015. Entretanto, em 2012, preparações no local de construção nos Andes chilenos já haviam sido iniciadas. Muito antes disso, em 2005, os espelhos primários estavam em produção na Universidade do Arizona.

A crise econômica global em 2009-2010 retardou o GMT e diversos outros grandes projetos científicos. Ainda mais, o projeto se mostrou mais desafiador do que se imaginava, tanto em termos técnicos quanto financeiros.

A construção completa da estrutura do GMT: um instrumento óptico e mecânico de precisão que coleta luz de corpos celestes e a dirige para o foco — e a cúpula —  que é de fato um edifício cilíndrico que protege o telescópio durante o dia. Ainda mais, nós construiremos um conjunto inicial de instrumentos científicos, incluindo câmaras e espectrógrafos sofisticados que permitirão aos cientistas medir a composição e movimento de planetas distantes e galáxias. Um campus de apoio para o staff técnico e astrônomos visitantes também está sendo construído.

Alguns dos instrumentos mais sofisticados e tecnologia de correções ópticas avançadas não estão agendadas para a fase inicial de construção. Contudo, nós continuaremos a desenvolver essas tecnologias e, futuramente, as incluiremos no plano de construção. Os instrumentos avançados e as correções óticas irão aumentar ainda mais o poder do observatório.

O Conselho Diretor do GMTO e os sócios-fundadores estão supervisionando a construção do GMT. A construção está sendo gerenciada pela Organização GMTO sob a liderança de seu Presidente, Robert Shelton, PhD, que assumiu o cargo em fevereiro de 2017.

O design e requisitos principais foram objetos de revisão meticulosas por peritos internacionais com reconhecida capacidade no desenvolvimento de grandes observatórios. O projeto GMT passará por revisões regulares na fase de construção. Algo tão complexo quanto um telescópio de 24.5 metros precisa de supervisão dos melhores profissionais da Ciência, Engenharia e Gestão.

Os espelhos primários têm a óptica mais difícil jamais produzida [em termos técnicos eles são grandes, foco rápido, e possuem forma não esférica, fora do eixo]. Quando conjugados com o sistema de óptica adaptativa (AO) produzirão imagens 4 vezes mais nítidas do que o Telescópio Espacial James Webb, terão de 7 a 10 vezes o poder coletor de luz dos maiores telescópios atuais, além de 10 vezes mais poder de resolução do que o Telescópio Espacial Hubble.

Os sete espelhos primários estão sendo produzidos pelo Laboratório de Espelhos Richard F. Caris do Observatório de Steward., da Universidade do Arizona, um dos sócios do GMTO. Atualmente, dois espelhos estão completos, o terceiro está sendo polido e mais dois aguardam o processo de polimento. O plano é iniciar a produção dos espelhos 6 e 7 ainda em 2021. Para saber mais detalhes sobre esse processo, clique aqui.

A óptica adaptativa (AO) tem grande poder de aumentar o poder resolvente e sensibilidade do GMT, atingindo perto do limite de difração teórico para o comprimento de onda mais longo que o olho humano consegue enxergar [0.6 microns]. Fazendo esse tipo de correção óptica nos espelhos secundários traz ganhos consideráveis, comparados às técnicas em uso. Primeiro, a luz térmica de fundo [maior que 2.5 microns] emitidas pelo ambiente é reduzida substancialmente. 

Segundo, os espelhos secundários serão usados para corrigir a turbulência atmosférica que se forma a 200 m acima do solo, onde a maior parte do borramento da imagem acontece. O grande tamanho do espelho secundário também assegura um campo de visão amplo. Esperamos conseguir 50-200% de redução no tamanho das imagens puntiformes [estelares] no infravermelho próximo (~1micron) em campos maiores que 8 minutos de arco. A óptica adaptativa do GMT se baseia nos avanços do LBT e do VLT/ESO. Eles são apenas um pouco maiores e cada um dos 7 segmentos terá 675 atuadores para controlar a sua forma.

O fato desses espelhos serem adaptativos garante que a correção das distorções causadas pela atmosfera se aplique para todos os instrumentos, ao contrário de outros sistemas nos quais essa correção se dá dentro de instrumentos específicos e, portanto, vale apenas para eles. Leia mais sobre eles aqui.

O telescópio pode ser operado com um subconjunto de espelhos. O que importa é a área coletora, que será maior do que qualquer telescópio existente hoje em dia, usando 3 ou 4 espelhos. Na primeira luz, em 2029, o GMT contará com 4 espelhos em funcionamento.